Para propor ações e políticas sustentáveis, é necessário considerar no projeto o consumo de energia dos processos de compostagem e transformação dos materiais, bem como selecionar materiais de baixo impacto ambiental com performance e custos adequados. Isto é importante para fazer a gestão dos resíduos gerados antes e após o término da vida útil dos produtos industrializados. Contudo, a utilização de materiais reciclados e/ou resíduos industriais deve ser feita com base em critérios técnicos para evitar a proliferação de contaminações nocivas às pessoas, que poderiam ser previsíveis e contidas. Entretanto, a barreira cultural a ser enfrentada é mudar a ideia das pessoas, dos empreendedores e investidores de que não necessariamente os produtos concebidos com materiais reciclados devam custar menos do que os produtos análogos manufaturados com materiais virgens. Se os produtos se tornam mais sustentáveis e atendem as especificações de engenharia, então, qual é a lógica de que precisam custar menos? É importante entender que o grande desafio da inovação é buscar soluções técnicas que produzam compósitos em igualdade de especificações técnicas aos produtos análogos no mercado. Não se deve, antes de enfrentar tais desafios, justificar ou desenvolver crenças que dificultem a proposição de ações sistêmicas e sustentáveis. É possível que uma solução sistêmica surja, integrando propostas isoladas quando as discussões evoluem para um consenso mais sustentável. Infelizmente, a sustentabilidade de muitos produtos industrializados tem sido focada em vantagens fragmentadas.  
Desde a revolução industrial, as planilhas de preços de venda dos produtos industrializados não contemplam os recursos necessários para executar os projetos de reaproveitamento dos resíduos gerados antes e pós-consumo. Muitas das ações divulgadas visam atenuar perdas, geradas pelo alto índice de produtos não conformes, qualidade inadequada e redução de produtividade. Deste modo, pagar mais por vantagens “supostamente” sustentáveis pode ser até uma opção viável para os países desenvolvidos, porém pode ser uma sugestão inviável para países emergentes.  Isto é consequência das ações desorganizadas e pela falta de políticas integradoras que minimizem a geração de resíduos industriais. Uma das políticas integradoras, é criar consórcios industriais com a meta de zerar o volume anual de resíduos, onde uma empresa consome os resíduos da outra, adotando uma logística favorável entre as empresas envolvidas. Deste modo, ideias como essa devem ser transformadas em projetos que permitam minimizar o consumo de energia, materiais e facilitar a gestão dos resíduos gerados pelas limpezas, startup e paradas de máquinas. Outra possibilidade, e de implementação mais imediata, são os projetos de otimização de plantas industriais para melhoria da produtividade. No Brasil, grande parte das ações e decisões, destinadas a resolução de problemas e desenvolvimento de produtos, estão apoiadas na tentativa e erro. Consequentemente, nossa produtividade se torna significativamente mais baixa em relação a países desenvolvidos como os EUA. Por exemplo, um trabalhador brasileiro produz 1/5 da riqueza produzida pelo trabalhador americano. Por essa razão, as empresas precisam investir em projetos de otimização de suas plantas industriais.  Não entendemos ainda que operar em condições preestabelecidas ou desenvolver produtos, por tentativa e erro, não é o mesmo que estabelecer condições ótimas numa planta industrial. Basta perguntar: As condições impostas para manufatura de produtos são ótimas ou preestabelecidas? Otimizar pressupõe: planejar antes de fazer, ou seja, executar ações que permitam quantificar o impacto de cada variável e interações, com outras variáveis, na produtividade, performance e custos. Se implementar essa ideia, numa empresa, os recursos para investir em sustentabilidade podem ser gerados ao executar os projetos de otimização. 
Por outro lado, se convivermos harmonicamente com os resíduos industriais, contabilizando-os em nossas planilhas de custos, a nossa insustentabilidade se aprofunda. Isto ocorre muitas vezes porque nossas decisões são pontuais e não analisadas de forma sistêmica. Somos capazes de descartar soluções viáveis porque o preço de um insumo, utilizado numa concentração diminuta e impactante na produtividade, é maior do que preço da matéria prima majoritária utilizada. Aliás, nossas decisões são mais impulsivas do que apoiadas na análise de projetos previamente planejados. Quando nos posicionamos desta forma, aceleramos o processo de esgotamento dos recursos naturais. Por outro lado, os resíduos inevitavelmente gerados pós-consumo deveriam ser vistos, como fontes de recursos, e nos motivar a propor projetos de reaproveitamento. Deste modo, converter ideias insustentáveis em sustentáveis, através de ações planejadas e integradas, isto impulsionaria empresas a melhorar a produtividade. Todavia, os projetos apoiados na tentativa e erro criam enormes barreiras à sustentabilidade e compromete a longevidade das empresas. Por outro lado, os projetos de otimização tornam as empresas viáveis e sustentáveis, já que os recursos materiais e energéticos se tornam dimensionados, na medida certa, para alcançar a máxima produtividade.
O reaproveitamento e reciclagem de resíduos industriais, provenientes dos produtos industrializados é um problema sistêmico, porém a proposição de políticas integradas somente podem ser encontradas se toda a sociedade (população, empresas, empreendedores, investidores, governo, cientistas, professores) polarizar na busca de ações integradas, inclusive isto deve fazer parte das diretivas do país. As políticas integradoras definem os destinos para os resíduos desde de sua concepção até o término de sua vida útil. Um modelo promissor é a montagem de consórcios industriais, já citados anteriormente, onde os resíduos industriais de uma empresa sirvam como matérias primas para outra de tal forma que haja redução de resíduos industriais ano a ano. Muitas soluções fragmentadas para utilização de resíduos industriais e pós-consumo se avolumam em periódicos, teses, monografias, relatórios, trabalhos de conclusão de curso e patentes, no entanto, são relativamente raros os projetos que se materializam para resolver problemas sistêmicos. 
No Brasil, há necessidade de motivar a inserção de políticas integradoras, envolvendo a população, governo e o setor privado, para que possamos inclusive usufruir dos esforços já despendidos por grupos de pesquisa, pertencentes às diversas instituições públicas e privadas existentes no país. Não basta fazer e/ou tomar iniciativas isoladas, há necessidade encontrar soluções integradas exequíveis que atenuem problemas sistêmicos crônicos, como é o caso dos aterros sanitários, que contêm enormes quantidades de produtos poliméricos descartáveis. Geralmente, os polímeros constituem os produtos descartáveis que, no entanto, possuem lenta degradação e produzem substâncias tóxicas geradas pela decomposição direta e/ou lixiviação dos seus componentes durante o confinamento. É um problema sistêmico e multidisciplinar, envolvendo várias áreas do conhecimento, razão pela qual as soluções encontradas devem ser fruto de projetos integrados que pressupõe a participação de diferentes áreas de competência técnica. Para colaborar com a mudança deste cenário atual é necessário investir em educação corporativa de modo a transformar a mentalidade das condições industriais preestabelecidas, realizadas através da tentativa e erro, em condições ótimas e sustentáveis de operação. A expertise ortogonal é um meio eficaz de alcançar estes objetivos.